sábado, 29 de março de 2014

O Real versus o Imagirário

Ola galerinha!! Tudo bem?!

Gosto de pesquisar sobre outros temas. E leituras diversas me interessa. Atualmente estou lendo Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo, de Leandro Narloch. Ótimo livro! Na verdade, é o terceiro de uma trilogia.

Tem um capítulo que é, no mínimo, Politicamente Incorreto. Fala sobre o uso de agrotóxicos.

O autor fala, abertamente, que o uso exagerado de agrotóxico diminiu consideravelmente o desmatamento. E, confesso, tenho que concordar com ele, pois os agrotóxicos químicos aumentáram a produtividade.

Mas o autor, ou por não saber, ou por não derreter como gelo dua tese, omite um fato. O uso de leguminosas na plantação. Sabemos que as leguminosas são excelentes adubadores orgânicos do solo. Mas como elas conseguem? Simples. Em suas raízes existem bactérias que irão fixar o nitrogênio e, obviamente, disponibilizam no solo tal composto, que é extremaente importante para a síntese de proteínas e de ácidos nucleicos. Sem o nitrogênio, não existiria vida!

Abaixo, uma parte do capítulo que fala sobre o tema (Não sei como, mas está livremente na internet. Aconselho em comprar o livro, pois nada melhor do que o cheiro e do passar as folhas em uma boa leitura):

 

Os Agrotóxicos Salvaram Florestas E Bilhões De Vidas

O homem que mais ajudou a tirar as pessoas da fome em todo o século 20 não foi um político comprometido com o povo nem um líder espiritual benevolente. Dificilmente figuraria em camisetas jovens – e sequer se pode dizer que ele era uma boa pessoa. Trata-se do químico alemão Fritz Haber. Albert Einstein o considerava “vaidoso sem autêntica autoestima” e “cru no discurso, na voz e nos sentimentos” – e olha que Einstein foi um de seus melhores amigos. Cientista-chefe do departamento de armas químicas da Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial, Haber difundiu o uso do gás cloro nas trincheiras. Em abril de 1915, ele coordenou um ataque em Ypres, na Bélgica, onde as armas químicas alemãs mataram cerca de 5 mil soldados franceses e canadenses. Dias depois, sua mulher se suicidou, provavelmente por causa da participação do marido na guerra. Mais por ambição que por patriotismo, Haber voltou ao trabalho no mesmo dia do enterro da esposa, deixando em casa o filho de 12 anos que encontrara a mãe morta.

Mas se deve a esse homem irremediavelmente sem encanto uma invenção que transformou o mundo. Tudo começou em 1908, com uma discussão acadêmica. Um eminente professor de química chamado Walther Nernst questionou cálculos e estudos publicados por Haber sobre a combinação de hidrogênio e nitrogênio a altas temperaturas.

A possibilidade de ser humilhado pela comunidade científica deixou Haber com problemas de pele, prisão de ventre e insônia – e ainda mais obcecado pelo trabalho. Ao refazer seus cálculos, o químico acabou inventando um jeito de fixar o nitrogênio. Em julho de 1909, num laboratório montado pela Basf do sul da Alemanha, ele misturou hidrogênio com o nitrogênio do ar numa câmara a 600 graus de temperatura e pressão 200 vezes a do nível do mar, conseguindo produzir amônia. Só depois dessa façanha foi possível falar em fertilizantes artificiais e agricultura industrial. Como se disse na época, o homem transformou o ar em pão.

Com a ascensão de Hitler, Fritz Haber, que era judeu, se mudou para a Inglaterra. Por sorte, não viu uma de suas criações, o gás Zyklon A – criado para eliminar insetos que infestavam celeiros e moinhos de trigo –, ter odores de alerta retirados para se tornar o Zyklon B, o gás das câmaras de morte nazistas.

Para entender a importância dessa descoberta, é preciso lembrar como funcionava a agricultura até então. Assim como os químicos antes de Haber, as plantas não são capazes de tirar nitrogênio do ar – em vez disso, absorvem-no do solo. A cada colheita, o solo se torna mais pobre em nitrogênio – o que tradicionalmente era remediado com esterco. Mas o método de sua tataravó, dos hippies e de quem lucra com os orgânicos está longe de ser eficiente. Para a obtenção de 10 quilos de nitrogênio, são necessárias 15 toneladas de esterco de galinha – e esse é o esterco mais rico em nitrogênio. Um saco de 50 quilos de fertilizante industrial tem mais de 15 quilos do elemento.

Antes de Haber, a agricultura era sonho dos sustentáveis – desde que o sustento não seja o de vida humana. Não havia pesticidas ou fertilizantes sintéticos. Os agricultores evitavam as pragas e as doenças das plantas com técnicas milenares; o esterco e as sementes vinham da natureza. Famílias plantavam e colhiam com as mãos ou com poucas ferramentas rudimentares. Esse mundo idílico e ecologicamente correto tinha um resultado: a fome. Como a produção dependia da fertilidade do solo e da disponibilidade de adubos naturais, as colheitas eram ralas – um hectare rendia com sorte 700 quilos de trigo, um quarto do que se produz hoje. A falta de variedades mais resistentes deixava a plantação vulnerável demais ao clima. Por causa disso, faltar comida era rotina. A fome matou 10% dos ingleses entre 1315 e 1317, um terço dos russos entre 1601 e 1603, 10% dos franceses e noruegueses no fim do século 17, quase 20% dos irlandeses entre 1845 e 1849, entre muitas outras crises de alimentação.

O esterco servia para recuperar o solo pobre em nitrogênio, mas precisava ser usado em quantidades mastodônticas para ter algum efeito. Com o perdão da expressão, não havia merda que bastasse. A saída era importar. Por muito tempo os europeus compraram do Peru o guano, uma espécie de areia formada pela decomposição de fezes de morcegos e de aves marinhas, encontrada em ilhas do Pacífico. Também se comprava, de minas do norte do Chile, pedras de nitrato de sódio, o “ouro branco”, que eram levadas em veleiros mais longos que um estádio de futebol até a Europa e espalhadas pelas plantações. Os fabricantes de explosivos competiam com os de fertilizantes na compra do guano, pois o nitrogênio também era usado para fazer nitroglicerina, empregada na dinamite. A demanda jogava o preço para cima.

Para transportar nitrato do Chile à Europa, os alemães usavam o Preussen, o maior veleiro já construído. Tinha cinco mastros com 47 velas e 143 metros de comprimento, 23 metros a mais que os maiores campos de futebol.

Era urgente tornar esse processo mais simples e barato. Numa palestra em 1898, o presidente da Associação Britânica pelo Avanço da Ciência, William Crookes, entendeu tudo: o grande desafio da ciência era converter o nitrogênio do ar em compostos mais úteis, como a ureia ou a amônia. “Será pelo laboratório que a fome será transformada em abundância”, profetizou Crookes. Foi o que fez o químico alemão Fritz Haber, para felicidade geral dos povos e do seu próprio bolso.

Mas houve um longo caminho dos laboratórios de química até o campo. Com as guerras mundiais, a maior parte da produção serviu para a fabricação de explosivos. Também foi preciso desenvolver variedades de plantas, pois, com a adubação, os pés de trigo, milho e arroz ficavam tão cheios de grãos que tombavam. Isso se resolveu com a criação de variedades anãs: com o caule mais curto e grosso, a planta economizava energia e conseguia suportar o peso dos grãos. A partir de 1944, em um centro de pesquisas do México, o agrônomo Norman Borlaug desenvolveu variedades de trigo que não só se adaptavam a climas diferentes como suportavam a adubagem intensa e eram resistentes a doenças. Suas mudas se tornaram concorridas entre agricultores mexicanos: em 1963, quase todos eles aderiram ao sistema de variedades anãs de trigo e adubação intensa, multiplicando por seis o tamanho da colheita. Ao levar suas técnicas para a Ásia, Borlaug daria início ao fenômeno que ganhou o nome de Revolução Verde.

Com o apoio das fundações Ford e Rockefeller (duas organizações a todo momento acusadas de imperialismo americano), Borlaug implantou a agricultura industrial do trigo na Índia e em países vizinhos. Outras empresas e organizações desenvolveram inovações similares para os campos de trigo, milho e soja. Por onde passou, a combinação dos fertilizantes artificiais com máquinas e sementes selecionadas criou outro problema: fez armazéns de grãos ficarem cheios demais. Fazendas de Bangladesh, da Índia ou das Filipinas passaram a produzir 20% a mais, depois dobraram a colheita e, em três décadas, a triplicaram. A Índia, que até os anos 60 importava grãos dos Estados Unidos, se tornou uma das maiores exportadoras de arroz, trigo, batata e frutas. “A colheita de 1968 foi tão grande que, em algumas áreas, foi preciso fechar as escolas e usá-las para armazenar os grãos”, conta o jornalista Tom Standage. No século 20, enquanto a população aumentou 3,7 vezes, a produção de alimentos se multiplicou por sete.

O esforço rendeu a Norman Borlaug o Prêmio Nobel da Paz em 1970.

É verdade que nem todos os efeitos da Revolução Verde foram positivos. Ambientalistas dizem que boa parte do nitrogênio jogado ao solo vai parar em rios, incentivando a proliferação de algas que diminuem o oxigênio da água. Mas também é fato que os agroquímicos evitaram a derrubada de milhares de hectares de florestas. Afinal, se é possível plantar mais no mesmo espaço, fica menos necessário avançar sobre árvores para aumentar a área de cultivo. Na Índia, por exemplo, enquanto a produção de arroz aumentou quase 400%, a área destinada a esse cultivo subiu apenas 40%. Sim, você está lendo direito: os agrotóxicos e os fertilizantes evitaram que milhares de hectares de florestas fossem derrubados.

Também se diz que o uso de agrotóxicos e de fertilizantes fez a incidência de câncer subir. Isso é uma completa bobagem. Com exceção do câncer de pulmão, todos os tipos de câncer diminuíram ou ficaram mais ou menos estáveis dos anos 50 para cá. A maior redução ocorreu justamente nos casos relacionados ao aparelho digestivo, pois a geladeira e os conservantes fizeram as pessoas comer alimentos mais frescos.

Também houve um impacto na economia e na população. Tratores e semeadoras deixaram milhões de pessoas sem emprego, criando uma história que se conhece muito bem no Brasil: êxodo rural, aumento espantoso das metrópoles, miséria nas periferias. Mas, no geral, os pobres saíram ganhando. Primeiro, porque a mão de obra do campo foi liberada para outras atividades. Depois, porque as colheitas mais pesadas deixaram agricultores com mais dinheiro para gastar, aquecendo outras áreas da economia. Em lugares pobres, onde a maior parte da população costuma se ocupar da agricultura, esse efeito foi ainda mais expressivo. Além disso, a comida ficou mais barata para os consumidores. Como a oferta aumentou, o preço caiu: em 2000, o preço da tonelada de arroz na Índia era um terço daquele de 1970. Uma pesquisa de 1996 estimou que o aumento de 1% na produtividade agrícola da Índia gera uma redução de 0,4% da pobreza em curto prazo e de 1,9% em longo prazo. “Diversos estudos sobre a Revolução Verde na Ásia concluíram que o crescimento da produtividade levou a um maior consumo de calorias e de proteína nas vilas rurais”, afirma Peter Hazell, diretor do Instituto de Pesquisa Internacional de Política Alimentar.

Não à toa, as maiores crises de fome do século 20 aconteceram justamente onde a agricultura industrial não pegou. É o caso da África, onde as novas técnicas sofreram resistência de governos apegados à ideia da agricultura de subsistência. Na Etiópia, o governo comunista fez tudo que podia para atrapalhar: bloqueou a importação de fertilizantes, avançou contra as fazendas comerciais, tabelou preços e amontoou camponeses em fazendas estatais, tornando a agricultura menos atraente. Como resultado, a população aumentou mais rapidamente que a produção de alimentos. Quando veio a seca, entre 1983 e 1985, não havia estoques: 400 mil pessoas morreram de fome.

Na China, onde houve a maior crise de fome do século – por baixo, 15 milhões de mortos entre 1958 e 1961 –, o governo de Mao Tsé-tung ligava pouco para os fertilizantes químicos. Por causa disso, os camponeses chineses saíam desesperados atrás de qualquer fonte de nitrogênio. Qualquer mesmo. “Nas áreas urbanas, cada lugar onde se despejavam dejetos humanos era alocado para uma determinada aldeia e os camponeses vinham antes do amanhecer para recolhê-los com seus barris oblongos sobre carroças”, contam a escritora Jung Chang e o historiador Jon Halliday. “Os dejetos humanos eram tão preciosos que irrompiam brigas frequentes entre pessoas de aldeias diferentes devido a invasões de território com suas conchas de cabos longos.” Se você se lembra daquelas aulas de biologia da escola sobre como ocorrem as verminoses, consegue imaginar o que acontece quando as pessoas usam fezes humanas para fertilizar a roça.

As fezes deixaram de valer tanto em 1972, quando o presidente americano Richard Nixon foi a Pequim se encontrar com Mao Tsé-tung. Na comitiva que acompanhou o presidente americano, estava um executivo da companhia Kellogg, fabricante de fertilizantes. Os chineses encomendaram-lhe a construção de cinco enormes fábricas de amônia – e compraram outras oito de companhias europeias.

Alguns anos depois, a China já era a maior produtora de fertilizantes nitrogenados do mundo.

É numa hora dessas que percebemos o mal que os Estados Unidos fizeram ao mundo.

Em 1909, naquele laboratório patrocinado pela Basf, o químico alemão Fritz Haber conseguiu produzir poucos centímetros cúbicos de amônia – menos que um pote de Danoninho. Hoje, a produção de nitrogênio é de 143 milhões de toneladas por ano. Cerca de 3 bilhões de pessoas, quase metade da população da Terra, teriam pouco o que comer caso a agricultura orgânica ainda predominasse. Na próxima vez em que o leitor, um filho da Revolução Verde, saborear pão, leite e cereais no café da manhã, agradeça a cientistas ambiciosos, indústrias químicas e grandes fazendeiros – e respire aliviado por viver na época em que a agricultura orgânica não impera no mundo.

sexta-feira, 28 de março de 2014

50 anos do Golpe

Olá galerinha!!
Quanto tempo?!
Pois é. Bem, mas agora vou, periodicamente, atualizar o blog, já que a cada dia mais e mais pessoas acessam. Logo, precisam ficar bem informado.
Todos sabem que sou Professor de Biologia, mas gosto de pesquisar sobre outras áreas, em especial as humanas.
Pois bem. Por esses dias completarão 50 anos da Ditadura. Época mais que desastrosa para a nossa sociedade, por mais que alguns idiotas querem que volte esse tempo.
Acessando sobre o tema, descobri um Infográfico.
Veja e tente descobri se você era um revolucionário ou um de Direita. E estudem essa história com afinco, pois certamente irá ser tema no ENEM.

Bons estudos!!