sábado, 29 de agosto de 2009

O Cheiro da Conquista

Feromônio (ou ferormônio), substância química secretada no ambiente por insetos e mamíferos e que age como atraente sexual ou como marcador de trilhas.
Já imaginou: Você, ao sair de casa logo ser notado (ou natada) pelo cheiro. Isso as vezes acontece, mas depende de perfumes para tal situação.
O ser humano apresenta essa substância, só que com a utilização de cheiros artificiais ele é mascarado. O mesmo perfume em pessoas diferentes não apresentará o mesmo cheiro, graças ao feromônio.
Dê uma olhadinha nessa reportagem retirada da Época:

Seria perfeito: um homem toma banho e coloca perfume atrás da orelha. Quando sai de casa, várias mulheres reparam em sua presença, e à noite já tem uma fila de pretendentes. Ele é irresistível. Há quem diga que esse dia vai chegar – ou ao menos quer convencer o consumidor disso. No fim de julho, uma empresa de cosméticos organizou um evento em Nova York: mulheres usando vendas nos olhos foram aproximadas de homens de três grupos: um deles havia tomado banho com sabonete comum; outro era de homens suados, sem banho; e o terceiro havia se lavado com um sabonete que continha feromônio sintético. As moças deveriam dizer, apenas pelo cheiro, quais eram mais atraentes. Ganhou o grupo do feromônio. As “cobaias” não sabiam explicar o porquê da atração. Depois de tirar as vendas, se chocaram ao perceber que não se interessavam pelos escolhidos. Gerente de marcas da Dial, empresa que fabrica os produtos e organizou o evento, Ryan Gaspar explicou ao The New York Times que o produto pode não fazer uma mulher agarrar um homem que usa um sabonete com feromônio, mas vai se sentir mais atraída do que se ele estivesse usando um comum.
Feromônios são substâncias que funcionam como mensageiros entre seres da mesma espécie, permitindo que eles se reconheçam, inclusive sexualmente. O termo foi cunhado em 1959 a partir de duas palavras gregas: féro quer dizer “transportar” e órmon excitar. Seria o leva e traz daquilo que atrai sexualmente seres da mesma espécie. O suficiente para que se pensasse em produzir essa substância em laboratório, o que começou nos anos 1990. Hoje, já são vendidos no mundo inteiro produtos com fórmulas que contêm feromônio. O marketing dos fabricantes, da confiança e do sex appeal, é fundado na ideia de que é preciso recuperar os efeitos dessa substância, já que a pequena quantidade de feromônios em nosso corpo seria destruída pelos desodorantes e perfumes comuns e pelas roupas.
Os efeitos desses produtos, no entanto, são contestados por especialistas. ÉPOCA ouviu o neurocientista americano Charles J. Wysocki, do Monell Chemical Senses, na Filadélfia, autor de vários estudos sobre feromônios. “Qualquer experiência é questionável”, diz.
Segundo Wysocki, não há nenhum estudo que confirme o efeito dos feromônios na atração sexual dos seres humanos – apesar de experimentos com outras espécies sugerirem essa relação. “A substância está sendo superestimada para fins comerciais”, afirma. Ainda assim, o feromônio ganhou o mercado. São comuns em malas diretas na internet, em sex shops e, agora, até em marcas famosas como Givenchy e Parlux, fragrâncias que prometem trazer o ser amado em três segundos. Wysocki explica que alguns odores podem causar relaxamento e sensação de bem-estar, mas isso não pode ser confundido com atração sexual. E, afinal, o que conta mais: o que se cheira ou o que se vê? “Para nós, vale o amor à primeira vista, e não o amor ao primeiro cheiro”, diz a antropóloga americana Helen Fisher. “Nosso cérebro reage ao estímulo visual, antes de tudo.”

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